Ex-deputado e morador de Saquarema, Paulo Melo, é investigado por lavagem de dinheiro e esquema de caça-níqueis em Saquarema

Um suplente de vereador de Saquarema também é investigado

Foto: Internet

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), deflagrou nesta sexta-feira (25/07) a Operação Sete da Sorte, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em Saquarema, na Região dos Lagos. A ação mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento com jogos de azar (caça-níqueis) e lavagem de dinheiro. Entre os investigados estão o ex-deputado estadual Paulo Melo e um empresário do setor de bares, responsável pela rede “Super Marco”, Marco Moacir.

Uma denúncia anônima levou o Ministério Público do Rio de Janeiro a abrir uma investigação que culminou, nesta sexta-feira (25), na deflagração da Operação Sete da Sorte. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados com o ex-deputado mais de R$ 122 mil em espécie, incluindo dólares, euros e reais. A apuração do GAECO/MPRJ aponta que máquinas caça-níqueis estariam sendo instaladas em bares de uma rede conhecida em Saquarema, como parte de um esquema de lavagem de dinheiro. A ação teve como foco a coleta de documentos e dispositivos eletrônicos que possam aprofundar as investigações. Os mandados foram autorizados pela Vara de Organização Criminosa da Capital.

Marco Moacir foi candidato a vereador nas Eleições 2024 em Saquarema pelo partido PSD, ele teve 1.251 votos e ficou como suplente na Câmara Municipal de Saquarema.

Foto: Divulgação / MPRJ

O Saquarema da Informação buscou contato com Paulo Melo, e o político respondeu em nota:

“Hoje eu fui surpreendido com o Ministério Público, com uma autorização judicial, para fazer uma busca e apreensão na minha casa. Na hora, sinceramente, nem sabia do que se tratava. Mais tarde, vendo os noticiários, tomei conhecimento de que se tratava de um processo de caça-níquel. Tenho mais de 35 anos de vida pública, nunca tive qualquer contato, jamais tive qualquer aproximação com qualquer pessoa que trabalha e que explora essa área. Esse processo se dá em virtude de denúncias vinculadas na internet por adversários meus.

Agora, tomando conhecimento de todo ocorrido, pude observar que dentre as pessoas que tiveram outras buscas, um foi candidato a vereador do lado do meu maior adversário político de Saquarema, e que usou toda a estrutura a favor de sua campanha. É lamentável que tentem me ligar a quem tem responsabilidade e que não é do meu grupo político. É lamentável que o Ministério Público, sem apurar nada, se preste a esse papel. Confio plenamente na lisura do Ministério Público e estou a disposição da justiça para qualquer tipo de esclarecimento. Fico com a certeza de que nada será provado. É impossível qualquer tipo de prova, já que não existe qualquer ligação.

Esclareço ainda que o dinheiro recolhido em minha residência tem o devido lastro e como deveria ser, foi declarado no imposto de renda.”

O Saquarema da Informação também buscou Marco Moacir Vignoli, que em nota informou:

A defesa do Sr. Marco Moacir Vignoli, por meio da presente nota, vem a público esclarecer que, até o presente momento, não lhe foi oportunizado o acesso aos autos da investigação em curso, o que inviabiliza qualquer manifestação precisa, técnica e devidamente fundamentada acerca dos fatos divulgados por veículos de imprensa.

Registra-se, no entanto, que o Sr. Marco recebeu, recentemente, visita de agentes da Coordenadoria de Segurança Institucional (CSI) em sua residência, ocasião em que não foi localizado qualquer bem ou material de natureza ilícita.

No que se refere à quantia em espécie apreendida, cumpre esclarecer que os valores decorrem de atividade comercial lícita, regularmente exercida pelo Sr. Marco, estando sua origem devidamente documentada e apta a ser comprovada pelas vias legais.

A defesa informa que tais documentos comprobatórios serão apresentados, no momento oportuno, às autoridades competentes, com o objetivo de reafirmar a legalidade, regularidade e transparência da origem dos recursos.

Em relação à suposta vinculação entre o Sr. Marco e o ex-deputado estadual mencionado na investigação, reafirma-se, de forma categórica, que inexiste, e jamais existiu qualquer relação, seja pessoal, profissional ou de qualquer outra natureza, entre ambos, razão pela qual qualquer tentativa de associação configura-se leviana, desprovida de respaldo fático e juridicamente infundada.

Por fim, a defesa reafirma sua plena confiança na atuação técnica, isenta e imparcial das autoridades encarregadas pela apuração dos fatos, colocando-se desde já à disposição para colaborar com as investigações e contribuir para o integral esclarecimento da verdade real.”

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